
Eu dançava naquele salão, imensamente grande e cheio de pessoas. Estava sozinha, mas todos os rapazes da pista, e fora dela, me secavam com olhares de predador... Alguns até vinham tentar algo comigo, mas eu era muito tímida para ceder a qualquer um...
Quando a musica mudou, uma fumaça densa tomou conta da pista de dança, onde eu estava. Não enxergava nada além da fumaça, mas de repente a minha frente, uma figura máscula se materializou. Fiquei surpresa com tamanha beleza...
Ele não disse nada, apenas estendeu a mão, convidando-me para uma dança, não consegui resistir aquele charmoso cavalheiro, vestido de negro.
__Qual seu nome?__perguntei.
Ele colocou dois dedos frios sobre meus lábios, fazendo calar-me, envolvendo seu outro braço sobre meu corpo, puxando-me para perto de si, ele responde no pé de meu ouvido.
__Diga-me primeiro o seu.
Agora os seus dois braços estavam envolvidos sobre meu corpo quente. Pela primeira vez, encarei aqueles olhos negros, ele também fazia questão de encarar o azul de meus olhos. Baixei o meu olhar, em direção aos lábios vermelhos do rapaz, e disse meu nome.
__Sou Camilla.
Ele continuava me encarando nós olhos, li em seus lábios quando ele disse.
__Lindo nome.
Então, tornei à pergunta-lhe.
__Qual o seu?
Ele sorriu, exibindo seus dentes branco-marfim. E mantendo o sorriso que formou, ele me responde.
__Sou Vlad.
Por um instante, tirei os olhos dele, e olhei para o chão, refletindo sobre seu nome...
“Vlad Dracul, o empalador real” ou mais conhecido como “Conde Drácula”...
Subitamente aquele pensamento desaparece de minha mente, quando ele direciona meu rosto para mais próximo do dele...
A gente se entre olhou mais uma vez... E mais nada vi.
Acordei em meu quarto, despida em cima de minha cama... lençóis e roupas espalhadas pelo chão. De repente, minha mãe bate na porta insistentemente.
__Camilla, já é tarde minha filha. Já é hora de ir para o colégio.__gritou ela.
Olhei para o relógio, e vi que já eram 18:00 horas em ponto. Respondi a minha mãe com toda a calma do mundo.
__Já tô indo.
Arrumei meu quarto, confusa, com tudo o que tinha acontecido. Pois eu apenas me lembrava de ter sido beijada por um rapaz chamado, Vlad...
Cheguei ao colégio pensativa...
“A noite passada dancei com um desconhecido... dormi a manhã e a tarde toda... enquanto me banhava também tive outra surpresa, meu pescoço tinha duas marcas estranhas, duas pequenas incisões arredondadas”.
No meio da aula de geometria, minha amiga, Brenda, pergunta, o por que de minha quietude toda, eu não sabia o que responder.
__O que foi Amiga? Cê, tá quieta hoje.__perguntou Brenda, a mim.
__Eu tô normal.__respondi tensa.
Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, o sinal do intervalo bateu. Descemos em silencio, não fiz nem questão de ficar na fila do lanche, coisa que sempre ficava, sentei-me em um banco qualquer no canto da parede, e fiquei observando o movimento do pátio. Foi olhando para todos os lados que identifiquei uma figura diferente conversando com os garotos da outra turma, ele aparentava ser um pouco mais velho que os outros, e usava roupas negras.
Levantei-me instintivamente e me aproximei dele, quando olhei em seus olhos senti o meu ar faltar, e em seguida desmaiei em seus braços, a ultimas coisa que senti foi o toque frio de suas mãos me agarrando.
Acordei meia hora depois. Na enfermaria do colégio, onde ao meu lado, Vlad, se encontrava velando meu sono. Sentei-me na beira da cama, deixando meus pés a balançar no ar.
__Quem é você?__perguntei olhando para o chão.
Ele sorriu, exibindo seus dentes branco-marfim, e me respondeu com outra pergunta, e com um tom irônico na voz.
__Camilla, Camilla. Doce Camilla, você não se lembra de mim?
__Eu sabia.__respondi.__Por que você desapareceu? Pensei que estivesse ficando louca.
Ele me encarou, vi a paixão que ardia naqueles olhos negros... e senti a mesma coisa por ele, pela segunda vez... aquele estranho sentimento parecia se apossar de mim, cada vez que eu o encarava.
Saltei da cama, fiquei frente-a-frente com meu amado...
Nos beijamos...
Seus lábios percorrerem meu rosto até chegar ao meu pescoço, estava completamente fora de mim, mas quando vi seus enormes caninos, sai daquele transe maluco, e sem saber como agir, diante daquela criatura que logo deduzi que era um, vampiro, fugi, deixando ela só na enfermaria. Pensei que ele fosse me seguir, me caçar e me matar, sem se quer alimentar-se de meu sangue, simplesmente deixando o meu corpo apodrecendo em uma vala qualquer.
Fugi do colégio, cheguei em casa aterrorizada, minha mãe queria saber o que estava acontecendo, mas não dei a menos atenção ao que ela estava falando. Tranquei-me em meu quarto, sentei-me em minha cama, e fiquei pensando e repensando no assunto, até que exausta adormeci...
Tive sonhos eróticos e perturbadores com o vampiro...
Os dias... quer dizer, as noites foram se passando, e minha vida foi se estabilizando. Os sonhos continuavam, intimamente eu desejava que ele me tornasse igual a ele, mas tinha medo do que ele era, e o que aquele desejo maldito iria me torna...
Em uma bela noite de luar, estava contemplando a lua da varanda de meu quarto, quando de repente, senti meus pelôs se ouriçarem, olhei para trás, e o avistei. Ele usava uma capa negra que se ondulava com a brisa... Tive medo, mas algo me impulsionava a não fugir mais uma vez, mas não ousei me aproximar daquela figura tétrica a minha frente.
Vlad deu alguns passos na minha direção, a luz do luar clareou por completo a face fria do vampiro... Não resisti, eu o desejava ardentemente, eu o queria tanto como ele me queria.
Nos beijamos na luz do luar. Me senti uma princesa no alto da torre, sendo salva por seu cavaleiro negro.
Na escuridão de meu quarto, nós dois éramos um só, um só corpo unido pela mais profana paixão...
Foi no instante de nossa ultima convulsão de corpos, que fiz meu pedido.
__Torne-me imortal.__disse eu, com a voz ofegante.
__Tem certeza de seu pedido, minha amada?__perguntou ele.
Joguei minha cabeça para trás, deixando meu pescoço livre, de meus longos cabelos negros.
Apenas me lembro da dor... da minha vida passando inteiramente diante de meus olhos... e do prazer absoluto que senti no final...
Acordei dias depois.
Cavei a terra de minha própria cova, tentando sair de minha tumba. Quando em fim minhas mãos saíram da terra, sentia-a sendo pega por uma mão grande e grosseira. Meu corpo foi retirado de súbito daquela vala.
Demorou um pouco para o meu raciocinar começar a funcionar, mas quando vi, Vlad, a minha frente, não sabia se ficava feliz ou triste. Então ele perguntou.
__Está feliz com sua nova vida?
Eu ri, a minha única reação foi rir do que ele disse... Ele apenas sorriu, quando parei de rir, percebi que agora nossas faces estavam de encontro uma com a outra, nossos lábios sem vida, estavam próximos, uma nuvem que encobria a lua, a libertou de sua prisão, assim permitindo, que a luz daquele imenso luar prateado iluminasse o beijo, do casal quase imortal apaixonado...
A moça sempre me encarava, eu não sabia o porque daquela perseguição com o olhar, mas sabia que estava sendo constantemente seguido por aqueles grandes olhos azuis.
Nunca tive coragem de encara-la por muito tempo, porque, uma energia estranha parecia percorre meu corpo...
seu jeito sua meneira de escrever ser original isso faz a diferença............parabens
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